quarta-feira, 1 de julho de 2015

é sobre pressão de uma alma policia que sangro esse poema




caetano veloso se mostrou gente como a gente ( sempre foi )
numa foto tirada por sua ex-mulher
numa varanda de um hotel na Bélgica ( e divulgada em redes sociais )
ela tenta denegrir a imagem do bardo,
mestre dos poetas cantores
desse país que não sabe onde moro
os pobres de tudo estão em todos lugares,
no escaninho das cartas,
no lixo do banheiro, nas moradas de luxo,
nas telas da selvageria dos que constroem o dinheiro que mata
vivendo assim,você nunca compreenderá o sentido dos cavalos brancos
que puxaram a carruagem que levou o corpo-templo
de James Brown para o centro da Terra amada
é sobre pressão de uma alma policia ( por ora ) que sangro esse poema,
que arrasto minha angustia de nada ter, de pouco ter,
de morar de favor com alguém que por razões menores,
diz me odiar e fala em jogar meus pertences
e minha vida na rua
"seu filho feio e louco ficou só, chorando feito fogo à luz do sol"
mais as falas do imensurável amor de minhas entranhas,
tudo perdoa e sabe com quase exatidão
que o efêmero permeia tudo que habita a delicada existência,
sou um mero arregimentador de vocábulos,
de letras caminhantes, de imagens que não ferem
os que estão abertos para o sempre novo,
para a eterna festa

( edu planchêz )

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