quinta-feira, 30 de abril de 2015
EM PEDAÇOS
"Passarinho que come pedra sabe o cu que tem", sabe?
ouvi tais palavra de uma amiga jornalista,
se referindo a situação política do país...
Passarinho que come prego não senta em martelo,
passa longe da fechadura, não sobe em armários,
não trabalha perto de imãs
Tenho cá nas minhas visões um prego,
um pedaço de pólvora,
um dente de alho e uma maçã
Bem sei o cu que tenho...
a capa de chuva que de procedencia militar...
hoje na reserva das águas do lírio Sena,
arremesso nas vinhas,
meu corpo de passarelas e palcos
E nas ervas da pátria verde vermelha e amarela
plantada nas nas mirações esvoaçantes,
creio que essa luzes não nos deixarão nunca,
porque o sempre me parte em fatias,
em nacos de peixes
sexta-feira, 24 de abril de 2015
Hoje estive na porta de teu edifício
arcadas luas agarradas por mãos
que não são as tuas;
de joelhos choro por não a ter no corpo,
na cama, nos lençóis, no palco,
nas coroas do céu
Hoje estive na porta de teu edifício,
vi teu vulto e o meu saindo do cinema,
sem nenhum dos tons do cinza,
te procurei em meu peito,
achei uma cratera, um abismo sem teus beijos
e continuei a chorar
Eu choro, complexo te procurar
e permanecer emergido no sal de Copacabana...
eu choro, acho que o farei pela vida inteira
( edu planchêz )
quinta-feira, 23 de abril de 2015
no cinza e no ouro
Envergo mas não quebro,
se perco o sono, é para debulhar a espiga,
o favo de estrelas vindas do leite,
do colostro, do seminal
É me afundando no orgânico
erguendo pirâmides de gelo,
artérias e veias,
que chego onde nunca ninguém chegou,
onde chegaste
,
Na missão da flor lama,
na lama borbulhante dos céus,
nos asteroides do que agora escrevo
usando o nada,
as longos galhos da árvore de pedra,
as cinzas do distante,
as névoas que se abrem
sobre os esqueletos das cidades
que edifico no cinza e no ouro
( edu planchêz )
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