segunda-feira, 25 de maio de 2015

Clarinetes




Felina girassol do que ainda não vejo,
hortelã sob a língua, arte de andar com os olhos,
margaridas colcheias semibreves...


Basquiat ação,
à teus pés canto,
entre teus dedos desenho guitarras,
harpas, clarinetes...
"sou o Rei Lagarto, posso fazer tudo"
antes e depois das chuvas,
das serpentes que gesta para mim

Deusa do sangue meu,
do sangue das tintas pirâmidais,
beijostesão ouroflor,
almas colhidas nos andares teus


( edu planchêz )

Diante das lentes do poeta




Munchhausen, querido irmão, 
tuas glórias são minhas glórias,
as naves de vento espalhadas pelas esferas,
pelo mar dos muitos navegantes,
das muitas esteiras tecidas com algas e pérolas,
corais e orlas de estrelas apequenadas
diante das lentes do poeta,
do estranho poeta da Vila do Sossego,
da metrópole atiçada pelo poder do fogo branco,
dos cães de fogo, 
das centopeias cintilantes das calçadas
refletidas nas vidraças
e nas carrancas de cimento,
na Constantinopla emergindo do breu
das páginas que nunca foram escritas
por falta de sangue e tinta

Munchhausen, precioso tenor,
léguas se cumpriram sob as labaredas
dos canhões da guarda costeira,
dos marines que sempre percorreram
com as baleias e os golfinhos
o mundo que conhecemos
por meio da oral history

Munchhausen, abaixo desse céu magento,
abramos as escotilhas do conhecimento
e as arcas abarrotadas de iguarias...

( edu planchêz )

domingo, 24 de maio de 2015

escrevo



escrevo para não morrer 
jogando cartas com os esqueletos
dentro do estomago do monstro marinho

jogando cartas com os esqueletos 
estive durante longas mórbidas horas,
me achava muito velho 
para desatar as cordas do esquecimento,
e retomar o fluxo das marés aquecidas pelo pensamento,
pelos grãos do fogo, pela glória de tua nudez

( edu planchêz )

Os caminhos que me levam ao Congo



Edu Planchêz e nada é tudo,
as vinte cabeças da hidra azul,
o espantalho, Alceu cuspindo fumaça e gasolina,
a avenida Atlântica e todos os mares do surto

Na noite geme os nomes que deve gemer,
falo com você, falo comigo,
falo com as antenas


As pepitas que não estão em minhas mãos,
devem estar nas tuas,
nas camadas góticas do meu sono,
da minha e da tua tara

E eu não ligo para os ponteiros,
tenho os relógios devidamente esmagados,
meu tempo é contado de frente para atrás

Acho que queres que eu conte tudo,
o último jantar, a volta alegre do parafuso...
mas de tudo pouco sei,
os caminhos que me levam ao Congo,
se alteram no gps...
e eu vendo tudo,
vendo o que sempre devo ver,
o que deves ver

( edu planchêz )

sexta-feira, 22 de maio de 2015

As videiras





As  videiras do mar prata,
pedem lábios e gargantas,
armações de castelos de saliva
sob o sol  
do Leblon crepuscular,
sob o sol nu

As Bandeiras do altíssimo batuque,
repartem e comprimem 
as escorregadias ruas

As  videiras do mar prata,
pedem lábios e gargantas,
armações de castelos de saliva
sob o sol 
do Leblon crepuscular,
sob o sol nu

As Bandeiras do altíssimo batuque,
repartem e comprimem 
as escorregadias ruas

( edu planchêz )

ALMA AMORA




"UM HOMEM QUE FOI ESCRITO EM ÁGUA",
UM TRAPÉZIO MONTADO NA NATUREZA DA MOREIA
QUE ELETRIFICA OS JARDINS DO NUNCA

EU E VOCÊ NO CORPO DE UM POLVO,
NO CORPO DA AMENDOEIRA
E DO IPÊ AMARELO

"UM HOMEM QUE FOI ESCRITO EM ÁGUA",
NOS CONDOMÍNIOS DA ALMA AMORA

( edu planchêz )

Tintas Titãs




Eu, Diego El Khouri, e Eriberto Leao,
emoldurados pelas tintas titãs
O fio que nos une é tênue,
translúcido, ultraintratemporal

Eu, Diego El Khouri, e Eriberto Leão,
emoldurados pelas tintas titãs

Dos Campos irmãos dessas linhas
goianas cariocas paulistas,
nos sirva três absintos

( edu planchêz )

terça-feira, 19 de maio de 2015

domingo, 17 de maio de 2015

Peixes alucinados





No mar sexual de Caraguatatuba vertigem
atraquei a minha primeira vez,
entre pernilongos e mariscos...
o litoral norte, a praia das palmeiras,
a praia do aqui e agora,
artigo de primeira hora,
de primeira ave...,
o Travessão, a ponte, a outra cidade,
São Sebastião...ali adiante
Foi nesse terreno,
que aprendi a comer serralha,
pelos pubiano e centauros geométricos,
e peixes alucinados
e serpentes ventrais extremas cabeludas


 ( edu planchêz )

sábado, 16 de maio de 2015

Na frente do mar sexual de Caraguatatuba




 

Dias que andei com a cantante poeta Odete
de Coimbra por Parapeuna, 

dias que dobrei com ela a rua Japura, a rua Aurea...
pelas muitas cidades do encanto,
pelas feiras, pelas chuvas,
na frente do mar sexual de Caraguatatuba

Lá se vão mais de três décadas,
ficou o sentimento, as imagens...


  ( edu planchêz )

quinta-feira, 14 de maio de 2015

FILHO!





Herberto Helder,
Octavio Paz nos alertou,
que a poesia é alimentada pelo tédio,
pela angustia, pelo desespero


No forte corpo do cavalo,
na delicada pele da mulher,
do arroz e do pêssego,
penduro as roupas e os símbolos
que acumulei;acho que choro,
que cato os navios de meus cabelos
no chão de Orion,
no assoalho da sala


Perguntei para o meu filho,
se ele ia gostar se eu amanhece morto,
ele respondeu "não",
e continuou fumando
seus amados cigarros assassinos


Nada agradável se ver triste,
estar numa situação triste,
não ter os ouvidos de meu filho


Herberto,
empresta-me um pouco do gás
de tuas bilhas,
preciso morrer para esse agora,
engolir a bebida do esquecimento,

estraçalhar essa página

Tolos são os que remam
nas ruas dos que ostentam,
"o tempo é nada,
o tempo é pó na estrada da evolução",
filho!


( edu planchêz )

Fruto da dor, um grito vômito para continuar caminhando





O que tem dentro dessa casa,
caberia numa cobertura de dez quartos,
a tristeza que golpeia-me é dona da cidade dos demônios,
da cabeça desses que desejam as trevas,
e a falta de ar dos que empunham cetros
e tochas e piras e cinzas sanguíneas


A morte passeia por entre gravetos,
ao lado da vida que também é morte,
borrões, manchas...
partes de luas cortadas com os dentes
do que ainda não é podridão


E o futuro que veio do passado,
continua comendo os pães cozidos
e tragando o gás das bilhas
que roubamos dos que estiveram em Algaves


    ( edu planchêz )

Penugem



 

Língua no grelo e na glande, arte corpo,
arte lambuzada,
carvão vermelho, carne afiada

O pau da barraca,
o pano na bunda,
a ave arfante se espalha,
o sol maquiado,
o batom


Sentada no colo,
no tronco
e nas raízes


Língua no grelo e na glande,
na linha dos trópicos,
na penugem


( edu planchêz )

quarta-feira, 13 de maio de 2015

Ondas de sal


 

Héron,
admirável engenheiro de Alexandria,
bom dia!


Arte para os gregos é sinônimo de tecnologia

Entre eu e Fernando Pessoa há uma tênue linha,
uma talha de vinho, dois barris de água

Mas ao abrir os braços, toco nos pés,
nas letras de Herberto Helder,
e voo para além dos números que computam
o correr dos anos


E meu grande amor, a literatura,
se move nas retinas dos blocos monolíticos
usados para se erguer o grande farol,
o farol de Alexandria,
o farol construído há mais de dois mil anos,
continua dando amor aos barcos,
marcando as ondas de sal


( edu planchêz)

terça-feira, 12 de maio de 2015

Macedônia futura




Os ora satélites futuros planetas futuros sóis...
É o que trago nos bolsos,
nas etapas dos desenhos traçados pela "farinha do desejo"

Jards Macalé balança nos gomos da fruta,
nos lares, no pavilhão central de meus ouvidos,
no carbono do núcleo da Terra


E eu entro nos lagos do sol nascente
para evocar os vultos mágicos da lama;
nessa dimensão tenho mais braços,
mais dedos e olhos


A larga margem do rio de janeiro,
se estende ao país,
aos ariscos canários que flutuam
nos bosques protetores do castelo
da bela rainha


E eu tenho direito de ver o que desejo,
de transcrever os feitos do estranho
general Alexandre da Macedônia futura
nas folhas das árvores


( edu planchêz )

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Cosmic



Sinal misterioso que tirou sono de astrônomos
por 17 anos
era apenas um micro-ondas,
uma cortina de ondas elétricas,
que na visão profética do malandro Edu Planchêz,
se reparte em bilhões de arco-íris,
para na porta da sala das criações,
nos alucinar 


Cosmic Vision, Cosmic Blues.

Sinal misterioso que tirou sono de astrônomos
por 17 anos
era apenas um micro-ondas,
uma cortina de ondas elétricas,
que na visão profética do malandro Edu Planchêz,
se reparte em bilhões de arco-íris,
para na porta da sala das criações,
nos alucinar


( edu planchêz)

sexta-feira, 8 de maio de 2015

Apenas os pés




Nas serpentes ocas da noite atlântica
rasteja o verme e o mel do verme,
a urtiga trazida por Augusto dos Anjos
do inferno veloz


E Dante, divide comigo o mesmo copo,
a mesma cópula,
os diários esculpidos na areia,
os aviões e suas pistas rotas,
o livro que Jack Kerouac não escreveu
nas calotas daquele rabo de peixe
que o levou pelo trinados da Paris sartórica


O santuário verde de Berlim e Havana,
situa-se nos pináculos desses olhos
que não são meus
e ao contrário do que pensas,
nas casas que são meus fiéis efêmeros sapatos,
guardo apenas os pés


 ( edu planchêz )

Escotilhas





Saio do mundo da falência
sem esquecer que sou um homem,
não uma carpa presa fácil para os predadores...
armado com o machado dos relâmpagos
e pelas lanças preparadas pelo o estradar


Deixe o pai nos ângulos dos rios,
a mãe, na resina do mato...
e a fêmea...
a mulher...


Por todas as bandeiras que levanto
pelos mastros escalados,
pelas montanhas da Noruega ,

Se sou homem, sou cavalo,
o embrião do que se desenha
no Novo Horizonte,
nas escotilhas do que não afundou


( edu planchêz )

As petalas do simples girassol






Meu projeto de no nunca 
do nunca morar e sempre morar
Meus devaneios das duas e trinta de sexta
O alçar a nona dimensao aqui e agora
"em meio a fumaca de um arco iris"


Armagedom do que antes 
do antes em meus cascos,
em meus casacos
de fios incadescentes
Disse me que
enquanto caminha,
eu volto,
volto
e vou para as petalas
do simples girassol


 ( edu planchez )

quarta-feira, 6 de maio de 2015

as aves marinhas vindas do último segredo



                                                                      lord byron

é entre as ostras que derramo o aguaceiro de estrelas,
os vinte candelabros ornados de vermelhas derretidas velas,
a plástica membrana, o que um dia esteve no céu


narrando assim com os pés no décimo sétimo sentido,
nas estampas que envolvem a tua menina,
o deus esculpido no ventre,
as aves marinhas vindas do último segredo


anéis, pinceis, doninhas e lontras...
tudo nas planas maravilhas do pai do cinema de fábulas,
do cinema que alcanço entre teu ombro
e os alfinetes leitosos que me prendem
aos bicos de tuas frutas


( edu planchêz )

domingo, 3 de maio de 2015

geométrico, geográfico


 



geométrico, geográfico, sexual marinho..
espermatozoides, violão e óvulos ..
artista espelho de marfim cavando
na noite tocas para não dormir


interno cavalo, medusa de vento

o artista é transgressor,
se não for, tá do lado do que já morreu,
tudo em mim é arte,
da merda aos neurônios


( edu planchêz )

"durma ao som de massanet"




"durma ao som de massanet",
durma ao som do the doors ou sex pistols,
ao som da minha pica,
 

ou não durma 

( edu planchêz )