segunda-feira, 25 de maio de 2015

Diante das lentes do poeta




Munchhausen, querido irmão, 
tuas glórias são minhas glórias,
as naves de vento espalhadas pelas esferas,
pelo mar dos muitos navegantes,
das muitas esteiras tecidas com algas e pérolas,
corais e orlas de estrelas apequenadas
diante das lentes do poeta,
do estranho poeta da Vila do Sossego,
da metrópole atiçada pelo poder do fogo branco,
dos cães de fogo, 
das centopeias cintilantes das calçadas
refletidas nas vidraças
e nas carrancas de cimento,
na Constantinopla emergindo do breu
das páginas que nunca foram escritas
por falta de sangue e tinta

Munchhausen, precioso tenor,
léguas se cumpriram sob as labaredas
dos canhões da guarda costeira,
dos marines que sempre percorreram
com as baleias e os golfinhos
o mundo que conhecemos
por meio da oral history

Munchhausen, abaixo desse céu magento,
abramos as escotilhas do conhecimento
e as arcas abarrotadas de iguarias...

( edu planchêz )

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