sexta-feira, 8 de maio de 2015

Apenas os pés




Nas serpentes ocas da noite atlântica
rasteja o verme e o mel do verme,
a urtiga trazida por Augusto dos Anjos
do inferno veloz


E Dante, divide comigo o mesmo copo,
a mesma cópula,
os diários esculpidos na areia,
os aviões e suas pistas rotas,
o livro que Jack Kerouac não escreveu
nas calotas daquele rabo de peixe
que o levou pelo trinados da Paris sartórica


O santuário verde de Berlim e Havana,
situa-se nos pináculos desses olhos
que não são meus
e ao contrário do que pensas,
nas casas que são meus fiéis efêmeros sapatos,
guardo apenas os pés


 ( edu planchêz )

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